1- Você se inspirou em algum outro narrador/locutor para criar o bordão "É rede", ou foi criação sua?
-Passei a usar o bordão depois de um tempo narrando para a televisão. Foi uma adaptação que utilizei para tentar distinguir a minha forma de gritar gol de alguns outros colegas. Uma tentativa de criar uma identidade. Creio que não há praticamente nada mais para ser criado em comunicação, logo todas as frases, bordões e trejeitos que são utilizados hoje em dia podem ter sido ou ainda serão adaptados por outro profissional em algum momento. Frases de efeito podem se repetir, mas é o estilo pessoal de cada um que diferencia um profissional do outro.
2-A sua narração, com bordões bem impactantes, fez com que a torcida gremista adotasse eles ao longo de 2017. Então, como é isso para você, ser tão adorado pela nossa nação?
-Evidentemente que a admiração é recíproca pelo carinho e confiança que recebo da enorme torcida gremista. Mas, na medida em que isso se expande, a responsabilidade aumenta e a expectativa do público também. O importante, para mim, é que o respeito e admiração mútuos não sejam pautados apenas pelas conquistas e sim pela forma sincera e ética com que o relacionamento vai se desenvolvendo e se fortalecendo ao longo do tempo.
3-Para você, o Grêmio tem chances de vencer todos os títulos este ano?
-Pela forma como está jogando, do jeito que as coisas se encaixaram no clube e no time, evidentemente que o Grêmio pode ser considerado favorito em qualquer competição em âmbito nacional e também sul-americano. Sabemos que é impossível, pelo volume de jogos e o desgaste da temporada, jogar sempre com a mesma intensidade. Mas seja qual for a diretriz de Renato, o Grêmio tem todas as ferramentas para levantar ao menos mais uma taça em 2018.
4- Qual a diferença de narrar o jogo do Grêmio e dos demais times?
-Nesse momento, o futebol apresentado pelo Grêmio facilita a vida do narrador. É um repertório tão rico de lances e jogadas de efeito executadas por atletas em alto nível técnico que costumo brincar que até um narrador cego sairia consagrado depois de narrar uma exibição da equipe.
5- Esse Grêmio é o maior, mais técnico, de todos os tempos?
-Dos times do Grêmio que eu vi jogar, não tenho nenhuma dúvida que trata-se do melhor. Um time que alia técnica, repetição, ímpeto ofensivo e que encontra soluções eficientes para buscar a vitória sem abrir mão do espetáculo. Futebol exuberante que há muito não se via no território brasileiro
6- Sua mãe era sócia do Grêmio por muito tempo. Como que seria, para sua família que é gremista, sentir você com um bordão que é corriqueiro aos redores da Arena?
-Minha saudosa mamãe entendia muito de futebol. Ouvia os programas de rádio, opinava, debatia, dava pitacos na escalação, xingava, vivia intensamente as coisas do seu tricolor. Era uma grande fã de Renato. Lamento muito que ela não esteja mais aqui para viver esse momento ímpar do seu grande ídolo e do seu amado time. Para mim, em especial, é uma alegria fazer parte desse momento dando a minha parcela de contribuição ao relatar os feitos inesquecíveis desse time que já entrou para a história.
7- Tem alguma camisa que entorta mais o varal que a do Grêmio?
-A camisa do Grêmio é uma das únicas que não pode ser colocada num varal. É pesada demais. Só levanta com o auxílio de um guindaste, então não é para qualquer um. Uma camisa só para os fortes.
8- Um recado para torcida do Grêmio?
-Aproveitem esse momento ímpar na história do clube. No futebol, vitórias e derrotas fazem parte do cotidiano e os períodos de vacas gordas nem sempre são maiores que os de vacas magras. Sabendo disso, precisamos aproveitar ao máximo tudo aquilo de bom que acontece e naquele momento, sem ressentimentos ou culpa. O torcedor gremista mora no meu coração e sempre terei respeito e admiração por ele, nas vitórias ou nas derrotas. Aos demais, lembro: respeitem o Grêmio, o clube com a alma mais copeira desse país! Grande abraço!
ENTREVISTA FEITA POR ANTHONY TEZZA
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Muito bacana à entrevista, parabéns pelo trabalho de todos os envolvidos e dá-lhe Grêmio!
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