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''Ser gremista é um sonho delirante de não conseguir na vida ser uma outra coisa''. A partir desta frase de Paulo Sant'Ana, se explica muita coisa.



Sou mais um gremista. Me tornei gremista em uma década bem difícil dentro do campo. É, não foram fáceis os anos da última década.

O nosso insucesso, com inúmeras frustrações, foi dolorido. Caímos para a segunda divisão, vimos a primeira libertadores de nosso rival, a vitória deles em Yokohama, as nossas derrotas em gre-nais e perca de títulos. Mas nunca abandonamos. É uma coisa louca de explicar. 
Me lembro de ter ido de camisa do Grêmio na escola, no dia 19/08/2010, um dia depois do bi colorado da américa. Aguentei deboches, me segurei no passado, tudo isso por três cores. 
Em meio a flautas, estava eu lá, com um escudo que '' sorria'' no peito, um tanto quanto diferente dos demais, pois era um o único que colocava a cara a tapa.

Tinha ídolos que não vi jogar. Isso é imensamente louco. Como se pode amar uma pessoa que nem mesmo viu em campo? 

Quando perguntava ao meu avô e ao meu pai, como que eram os jogos de Renato em campo, a única coisa que me diziam era : '' balaqueiro, louco e jogava muito''. Para mim era uma realização. Eu falava de jogadores da época passada, como se fosse no presente. 

Ah... o tempo. Quem não lembra daquele ano de 2005? Me lembro de um tumulto pelo lançamento da camisa do Grêmio, clube que na época tinha acabado de cair. 
Quem não lembra da libertadores de 2007 ao acabar o jogo contra o Boca no olímpico? Sim... foi demais. A torcida não parava de cantar, mesmo depois de ter perdido um título. 
É, vivemos mais eliminações, frustrações. A dor, do título gaúcho perdido em 2011, ficou um trauma. Mas, era um sentimento muito maluco, pois sempre apoiamos e amamos Renato. Mesmo não concordando e ficando um machucado gigante. 
Ah... o tempo. Vi meu time aplicar goleadas em grenais. Era uma loucura, pois pensava '' imagina quando conquistarmos algo''. 

O quadro social só aumentava, o estádio enchia e a torcida jamais parou de incentivar. Como explicar isso?

Quando Roger assumiu, a esperança tomou conta. Oras, o time era muito organizado. Quando ele saiu, mesmo sem conquistar nada, a gratidão ficou no ar. Engraçado até de dizer, pois ele não conquistou nada. A gratidão poderia ser por pedir para sair? Por não querer arrancar dinheiro dos caixas do clube? 

É algo que não se pode explicar. É um agradecimento diferente, com uma calmaria alegre demais. Parece o recuo das águas pré-tsunami. Estranho...
Quando o '' homem gol'' assumiu, se fez um consentimento. Reorganizar um time desorganizado. Mas,um time em um todo. O clube. 
Aqueles penaltis nas oitavas da copa do brasil foi estranho, pois parecia uma sobrevida.
Ah... mas tudo tem um sentido. A recuperação de muitos jogadores e a formação de uma legenda.
Chegamos nesta competição pela portas dos fundos, sem alarde. Fomos indo, indo... e eliminamos do líder do brasileirão, um Cruzeiro com um ataque mortal e por fim chegamos em um jogo contra o galo. 

Muitos gremistas ficaram felizes, mas algo os assombrava. Como disse, esta geração é pavorosa com vexames. Um complexo de vira-lata andava junto. A gente nunca pensou que poderíamos ver nosso time conquistar algo, sermos felizes. 

Em algumas narrações, que serão citadas a seguir, passo a dizer como deram razão para este amor:
'' Chegou no perigo, olha chance, olha gol, perna esquerda bateu... Olha o gol, olha o gol''
'' Pedro Rocha, ta arrastando ali pelo meio, passou por um, por dois, faz essa Pedrão...'' 
Pedro Rocha. Simples. Um menino que errava muitos gols, que era criticado pela torcida, este sim se consagra. 

Até mesmo o cartão vermelho foi bom. Se não fosse ele, não teríamos criado um alerta, que culminou no terceiro gol.
Pedro Rocha: Tua torcida te ama. 
E quem não acreditava no título e nem neste jogador? Que falava mal?  Ah... perdoe este poeta inconsequente. 
E o que falar de Renato? 
Só o tempo dirá. Creio que o tempo é a melhor resposta. O cara que sempre idolatramos, por um sentimento que dizíamos ser por dois gols, agora se transforma em realidade. 
Renato: Você se redimiu da derrota de 2011, meu ídolo. Você é o cara. Tua grandeza é impar.
Um ser humano que deixa a alma de uma torcida inundada de alegria. Este cara está dando um motivo para o que sentia uma nação com um amor sem explicação. Tu trouxe a realidade para gente de um clube de tantas glórias, que não sabíamos que poderíamos ser felizes algum dia. 

Tá! Mas e o Roger?
Ele fez parte deste processo. Ali vimos que poderíamos ser campeão em algum dia. Que restava pouco. 
Agora tudo faz sentido. Se for um sonho, não me acordem. Está maravilhoso demais. 
Obrigado torcida colorada, pois suas provocações, seus deboches, fez me ver que ser gremista é como um espírito, pois está colado no seu corpo. Suas provocações só fizeram eu amar mais, me envolver mais. Tu testou o meu coração e eu te devolvi com os mais sinceros fatos. Não se esconda, venha cá, te mostrarei como é um verdadeiro vencedor. 
É, não é à toa que cantamos '' este amor descontrolado, nunca vou deixar de lado''. Agora tudo que passamos faz o mais simples sentido. É como a previsão do tempo, é como uma previsão espírita.
Os ensinamentos de meu avô, uma pessoa querida e gremista, fazem sentido demais. O Grêmio é uma lata resiliente na qual se amassa, mas ela volta. 
Ah, somos um só. Somos o Grêmio. Então, façam a alegria de quem se foi também. 

''Por isso Grêmio um campeonato somente te peço,
Para os gremistas que lá do céu cantam comigo''

Isso mostra-se que ser gremista é uma verdadeira loucura sem cura. Só quem é sabe. Estarei abraçando a pessoa que amo, no mais profundo pensamento. Só um clube como esse pode fazer isso.

Eu te sigo desde pequeno, já não posso mais parar. Tu és a vida, tu és a paixão, o sentimento vai além da razão. E não importa se perder ou ganhar, o tempo inteiro eu vou te apoiar. 

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