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O que aconteceu ontem na Arena não foi nada anormal. Foi inesperado, mas não anormal. Não foi anormal uma vitória do São Paulo, vendo o time que tem e o técnico inteligentíssimo, que conseguiu anular o Roger duas vezes. Foi inesperada a ausência de Marcelo Grohe do jogo e que a principal qualidade do time do Grêmio não entrasse em campo: o passe. Sim, não foi apenas o Deus do Giuliano que não entrou em campo. O time inteiro parece que jogou desligado. Com vontade, mas não com inteligência. Os piques do Douglas tentando marcar a saída de bola e o Giuliano tentando enfeitar todas os jogadas não deixaram o Grêmio jogar. O resultado foi normal, mas não era esperado.

Arena lotada. Público enlouquecido. Festa maravilhosa da torcida. Temperatura agradável. Dia maravilhoso para se ver futebol. A explanada mostrava para aqueles que foram na nova casa que a confiança era enorme. Olho no campo e ouvido no rádio, secando o Galo mineiro diante do seu rival, para encostar de vez na liderança. Àquela altura da tarde, o líder já havia destruído o Joinville e garantido três pontos. Era vencer ou vencer. E a torcida sabia que iriamos. Só que não sabia eram os paulistas. A euforia passou para dúvida quando o telão anunciava Bruno Grassi. A grande maioria olhava para o amigo que ia junto e abria os braços, como sinal de quem não entendia nada. A estrela do time de fora? Porque? Eu particularmente não sei, mas a experiência do Grassi poderia ajudar também o time. A presença de Thierry também deixou uma pequena angústia, mas como o garoto tinha já ido bem contra Sport e Corinthians, não tinha porque duvidar.

A empolgação era nítida. A vontade de vencer também parecia, mas aquele Grêmio que fez frente ao Corinthians não apareceu. A ausência de Maicon, mesmo que ele não tenha jogado contra o Corinthians, piorou muito a saída de bola. Walace deixou a vontade falar mais alto que a qualidade, e deixou o meio campo aberto, sem nenhuma marcação. Douglas, mesmo correndo, não foi aquele mesmo pifador de sempre, e pecou muito nos passes. Quando acertava, Giuliano e Luan prendiam demais a bola, chutavam fraco ou telegrafavam passes, perdendo a posse. Era um festival de passes laterais sem efetividade alguma. Galhardo estava perdido em campo, com inefetividade ofensiva e deficiência na marcação, coisas que ele sempre teve. Parecia o Galhardo do início do ano. Do outro lado, Marcelo Oliveira veio fazendo as mesmas partidas de sempre. Vontade, mas não a mesma técnica de sempre. Até o Elegante Erazo errou diversos passes. Foi o pior primeiro tempo possível, e justo contra quem não devia. Alexandre Pato não estava nem aí e abriu o marcador já no primeiro tempo, num petardo espetacular. Grassi, que aliás fez uma partida bem razoável, mas sem culpa nos gols, não pode fazer nada. Das poucas chances, o Grêmio ainda perdeu um gol na frente de Renan Ribeiro, com Giuliano, que não sabia se chutava ou se driblava. Acabamos atrás no marcador e com a paciência esgotada.

Fonte: Zero Hora

Vem o segundo tempo e as vaias já começam a aparecer. Os pênaltis sonegados por parte do senhor Ricci, ou até mesmo as faltas que ele marcava apenas para o lado São Paulino, já estavam deixando o torcedor nervoso. Gritos de "Juiz ladrão" ou "Hey, Juiz, Vai tomar no..." era mato. O jogo ficou tenso. Pressão gremista, cera paulista - mais de QUARENTA MINUTOS de bola parada no jogo -, e nada do juiz se manifestar. Escolta nas substituições e barreira adiantada no primeiro gol do adversário. Ninguém mais tinha paciência com o árbitro. O torcedor já dava sinais de cansaço de tantos erros, e não só por parte da arbitragem. As poucos a torcida ia saindo e vaiando os jogadores nas substituições. Eis que o Algoz do co-irmão destrói o outro gaúcho do Campeonato. Bobeira da zaga, contra-ataque fulminante e gol de Rogério, o Neymar do Nordeste. Vendo aquela cena, a torcida desistiu. Antes do final do jogo o estádio que juntou 46.915 torcedores, não tinha mais do que 5.000 guerreiros. A partir daí, o Grêmio entrou no jogo. Sim, aos 46 do segundo tempo. O São Paulo, já sem vontade, errou a saída de bola, a bola circulou na área e Everton fez o gol de honra tricolor. Acabou ali uma curta reação do Grêmio, que não servia de nada. O resultado foi o pior possível. Nada fora da realidade, mas inesperado. Duas partidas fora de casa são uma salvação para a recuperação desses pontos. Vai ser difícil, mas não impossível. Acabou a invencibilidade e, na pior das hipóteses, as chances de título.

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