
Entra na estação seguinte um homem também encasacado e também com uma mochila (desta vez grande e nas costas), segurando um jornal e senta-se ao lado dos dois. Ao folear a primeira folha do jornal ouve do senhor ao seu lado: "Tu sabe me dizer como que foi o Grêmio ontem?". "Ganhou nos pênaltis, aquele Marcelo Grohe defendeu dois", respondeu o rapaz ao senhor. Ao ouvir a resposta, repentinamente o vovô virou para seu neto, o abraçou com uma das mãos e falou alto para ele "ESTE É O NOSSO GRÊMIÃO! Temos de ir um dia conhecer a Arena e ver este time jogar, desta vez estão merecendo". Ao ouvir aquilo praticamente fiquei vidrado na alegria do avô e do neto, que me contagiou e me fez pensar nos dois pelo resto da manhã.
Quando digo e dizemos que futebol envolve muito mais do que apenas uma prática esportiva, não temos noção do quanto realmente ele é gigante. Torci e insisti ontem que o Grêmio deveria ganhar não apenas pela competição ou pelo jogo mas pela fé. Uma derrota ontem traria a tão sonhada, por alguns, a Sul Americana. Mas seria uma derrota. Tiraria a fé da torcida na capacidade de reação do time, mancharia o trabalho de Roger, acabaria com esta alegria geral que ocorre desde ontem a noite nos Gremistas pelo sucesso no jogo. Foi uma vitória muito além do futebol. É aquele tipo de jogo que dá fé ao torcedor, que vende esperança e que jamais pode ser deixado de lado ou jogado apenas por jogar.
A vitória de ontem motiva o time, motiva a torcida e motiva abraços. Jamais o futebol deve ser jogado apenas como um jogo por um clube do tamanho do Grêmio. Envolve muito mais do que isto. Por isso Grêmio, te peço mais ainda que tenhas vontade de vencer, que vá para cima do Sport no sábado e de qualquer outro time. Que alimente a fé do torcedor, que seja o motivo de mais muitos abraços entre o vovô e o neto que entraram no trem.
Por: Ricardo Araujo @ricaraujo16
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