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  "Na noite desta terça-feira o Conselho Deliberativo do Grêmio estará reunido no Olímpico. Na pauta, a discussão sobre a possível construção de um novo estádio, que venha a se adequar às exigências da Fifa", reportagem do globo esporte, em  novembro de 2006.
  Desde o inicio de sua história, o Grêmio foi marcado pela forte torcida que tem. Da massa que criou o Grêmio Foot Ball Porto Alegrense em 1903 e que ajudou o clube a ser um dos maiores do mundo. Essa enorme torcida, recebeu uma casa já no ano de 1904. A Baixada, foi inaugurada e abrigou jogos do Tricolor por muitos anos. "Abram alas, abram alas, Lá vem o quadro tricolor, Nós estamos confiantes no nosso 11 de valor, Nosso time da baixada não tem receio de nenhum ...".

  Em 1954 construímos o Olimpico, o saudoso estádio, localizado no bairro da Azenha. É, que saudades do velho casarão. Algo tão grandioso que não tenho palavras para resumir sua história e seu tamanho, algo que mesmo com 2 mil textos, jamais conseguirei homenagear da forma que merece, então apenas o homenageio nestas poucas linhas, dando passagem até chegarmos na Arena do Grêmio. Sim, a Arena. O estádio que desde meados de 2005, com o Grêmio ainda na segunda divisão, já começava a ser planejado. A expectativa criada desde aqueles dias, chegou ao seu ápice em 8 de dezembro de 2012. Exatamente 850 dias atras (atualmente estamos em 07/04/15)
 
  Para os torcedores e o clube, a Arena colocou o Grêmio em um patamar maior do que  ja estava. Elevou seu nome por ter sido um dos primeiros a inaugurar este tipo de estádio em toda a América do Sul.
 
  Em seus primeiros dias, a Arena viu uma torcida inteira chorar com a despedida do Olimpico. Viu sua inauguração ser grandiosa, mesmo com alguns problemas, mesmo com brigas, com o gramado ruim, mas novamente com a grandiosa torcida do Grêmio, aquela torcida, que desde 1903 lotava estádios e apoiava a equipe. A Arena enfrentou uma Libertadores complicada. Sua primeira, foi sem praticamente metade do estádio apoiando, com setores fechados, com brigas internas entre torcida, direção, policia e ministério publico. Choramos aos cair para o Santa Fé. Naquele mesmo ano, A Arena do Grêmio viu pela primeira vez Renato Gaúcho. O treinador e eterno ídolo voltou para ajudar o Grêmio e o levou para a sua segunda Libertadores no estádio, no ano de 2014.
  2014 começou com a perda do titulo Gaúcho mas com a volta da torcida ao estadio. 2014 começou realmente a consolidar o torcedor ir a Arena e apoiar a equipe. Com todos os setores liberados, com os ânimos menos exaltados, fizemos boa campanha na Copa Libertadores, mesmo caindo para o San Lorenzo no mata mata.

  Não vou citar o número de jogos, vitórias ou derrotas nesta postagem. Acredito até que números são o que menos importa no futebol.  Mesmo que o novo estádio tenha presenciado quase 7 vezes mais vitórias do que derrotas do Tricolor. O que vale são as histórias. O que passamos e iremos passar dentro da nossa nova casa. As amizades que iremos fazer, os gols que iremos comemorar, os craques que iremos reverenciar, as histórias que iremos contar para filhos e netos futuramente.
 
  Sim, a Arena já viu derrotas. Pela sua grandiosidade, merecia um titulo. Mas a Arena viu e conheceu os torcedores do Grêmio. Pessoas que mesmo após tantos anos de percas, de revés e eliminações, seguem enchendo o estádio, apoiando a equipe. A Arena viu um Grêmio x LDU em 2013 que ninguém mais que estava la irá esquecer. Não pela queda da mureta, mas pelo choro no gol do Elano. Pela primeira cobrança de pênaltis no estádio, onde o mesmo quase veio abaixo quando Marcelo Grohe defendeu a cobrança do jogador da LDU. A Arena e seus torcedores viram um Grêmio cair para o San Lorenzo, mas nunca esquecerão a comemoração após o gol de Dudu, o grito entalado na garganta que saiu naquele dia em cada torcedor. A Arena ja conheceu a força da torcida, a tradição do clube. Já presenciou-se ficar em êxtase com os 4x1 em seu ultimo GreNal, no ano de 2014. A Arena ja viu homens, mulheres, crianças, pessoas de todas as idades, famílias, avós e seus netos, pais e filhos, gritarem e comemorarem juntas. Já viu pessoas que não se conhecem, chorarem abraçadas após gols e vitórias do Grêmio.

   Lentamente a Arena do Grêmio toma forma. Lentamente também, começamos a aceita-la como casa. No Olimpico, local no qual muitos torcedores cresceram dentro, assistindo o Grêmio jogar, viram também novos laços de amizade se formar. Por isso digo que o Grêmio é muito mais que um clube. O Grêmio e suas casas, criam novas amizades, novos relacionamentos, novas famílias, novas alegrias.  A torcida ja está presente e fazendo parte da Arena, assim como esteve com a Baixada e com o Olimpico. Títulos e grandes vitórias virão com o tempo. Sempre vieram. Estes primeiros 850 dias mostraram o quanto a torcida ama o clube. O quanto a mesma não abandona suas tradições e sua religião, sim, religião. O Grêmio e o amor de sua torcida, ultrapassam as barreiras do que podemos chamar de futebol.

  O Grêmio é gigante e possuí uma linda casa. A Arena do Grêmio é nova, mas ja intimida qualquer adversário que enfrente o Grêmio nela. E com o Grêmio, vai crescer ainda mais, vai ganhar mais história, mais vitórias, mais choros e sorrisos de torcedores.

Texto de: Ricardo Araujo @ricaraujo16

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