Bem além da tática

Pará bate, gol do Grêmio. Foto: CARLOS COSTA/Futura Press/Agência Estado

No futebol sempre há espaço para os talentosos, mas também há vagas para aqueles esforçados, como Pará e Souza. Quanto mais habilidade mais ofensiva será sua posição, é assim que os técnicos de base definem onde vai jogar cada atleta.

O Grêmio atua hoje com seis jogadores considerados de defesa, além dos dois laterais que em Portugal são chamados de defesa direita e defesa esquerda. Ou seja, eles são zagueiros pela lateral, é puro erro de nomenclatura achar que os laterais têm que apoiar tanto. Porém é completamente diferente a posição de um lateral no 3-5-2, já que ele jogará na linha do meio, por isso é chamado de ala.

Pará é um baita lateral, faz a função real de quem joga na sua posição que é de marcar pelo flanco. Ontem mais uma vez jogamos com três zagueiros tirando dele a obrigação de marcar. No 3-5-2 o apoio do ala é na defesa, não ao ataque, já que ele precisa estar atacando sempre. Ou seja, estar na linha de frente não é uma ajuda e sim uma obrigação. Sem falar que jogamos com três volantes, a armação recai sobre Alex Telles e Pará. Riveros e Ramiro são elementos surpresa.

Totalizando oito jogadores com característica de marcação, ou seja, atletas que jogam com muito mais garra que os “habilidosos”, que o Grêmio tem mostrado tanta raça. Por isso tantas antecipações e desarmes. Como todo jogador de futebol de pelada ou profissional eles também gostam de atacar e assim temos sempre um de trás chegando à frente ajudando Barcos e Kleber. Nossos dois atacantes não deixam por menos. Gladiador sempre foi raçudo e agora o Pirata vai até lá atrás para ajudar na marcação e não poupa os piques.

Renato Portaluppi além de motivar os jogadores gremistas colocou em campo aqueles que estão muito mais no futebol pela vontade do que pelo bom trato com a bola.