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Diego Gonzalez Benavente, nove anos, fazia um vaivém frenético no saguão do hotel Sonesta, em Concepción. Por quase duas horas, esperou ansiosamente a chegada do ônibus gremista na cidade vizinha a Talcahuano, palco do jogo de quinta com o Huachipato, que vale vaga às oitavas da Libertadores. Queria ver Vargas, seu grande ídolo. Chegou a fazer até prece. Valeu a pena. Recebeu abraço e, de volta, retribuiu o atacante com um choro incontido, sincero e que parou o desembarque dos demais atletas.
Torcedor de La U, em que Vargas fez fama e fortuna, Diego, natural de Talcahuano, imitou o ídolo, rasgou a barreira de policiais como se estivesse diante de zagueiros turrões e, facilmente, se viu frente a frente com Vargas. Abraçou-o no ato, sem mencionar palavra. E lá ficou, estacado, chorando, soluçando e abraçando ainda mais o jogador, numa tentativa de evitar o fim do momento.
- Calma, não se preocupe... Vais ao treino? - puxou assunto Vargas, tentando acalmar a emoção do pequeno.
Jogadores, dirigentes e policiais arregalaram os olhos. Mas Vargas no Chile é isso. Tietagem total. Outros fãs, depois da intervenção especial de Diego, também suplicaram por autógrafos e fotos. Vargas, atencioso, jamais disse um "não". E, sempre com Diego ao lado, entrou no saguão do hotel. Entrou no espaço destinado ao almoço. Mas voltou rapidamente. E com uma camisa 8, inscrita Vargas. Um presente que derrubou de vez Diego, que se envolveu com o manto, formando uma espécie da capa umedecida por mais lágrimas.
Diego virou atração no hotel. Todos queriam saber quem era o garoto. Estava acompanhado do avô, torcedor do... Huachipato. Mas, convenhamos, nesta quarta-feira, todos foram Vargas Futebol Clube.

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