Declarações de Cacalo sobre Giuliano irrita Paulo Odone.

As declarações de Cacalo no sala da redação irrita dirigentes do Grêmio, pois o Luiz Carlos Silveira Martins ( Cacalo ) revelou que Giuliano jogará no Grêmio a partir de Maio, mas isso é para fragilizar a imagem de Paulo Odone na presidência do Grêmio.

"Cacalo foi inteligente. Se Giuliano não for contratado, a imagem de Paulo Odone fica fragilizada. Ele fez campanha sem fazer campanha" — interpretou um conselheiro situacionista, que enxergou no gesto "o desespero da oposição". 

Possível contratação de Giuliano apimenta acirrada divisão política do Grêmio

Cacalo garante que não se envolve em questões políticas do Grêmio desde outubro de 2008, quando trabalhou pela eleição de Duda Kroeff. Depois disso, sustenta, recolheu-se à condição de torcedor e analista em seus espaços jornalísticos.

Os frequentes diálogos que diz manter com o diretor-executivo Paulo Pelaipe e o vice-presidente Francisco Rocha dos Santos comprovam, em seu entendimento, que não se posiciona em lado contrário à atual direção. E avisa que "irá correndo" caso Odone, por alguma razão, precise de sua ajuda.
"Quem disser que minha manifestação tem conotação política está mal intencionado. É uma paranoia tão grande que nem sei o que dizer" — afirma, assegurando ter recebido de fonte confiável a informação de que Giuliano virá mesmo.

Ainda distante no calendário do clube, a sucessão de Paulo Odone ganha este ano um ingrediente especial. Eleito em outubro, o próximo presidente do Grêmio iniciará sua gestão já sentado nos gabinetes da Arena que hoje é erguida no bairro Humaitá. É certo que caberá a Odone inaugurar a obra, em jogo festivo em 8 de dezembro contra o Bayern Munique. Mas não existe a garantia de que ele verá seu grupo político instalado na nova casa.

Oposição sonha com Fábio Koff

A oposição sonha com o sim de Fábio Koff. No verão, sua candidatura foi lançada informalmente durante reuniões políticas em balneários catarinenses. Um dos incentivadores da candidatura é o filho, Fábio Koff Jr. Cacalo também avisa que é seu preferido. Oposicionistas entendem que, lançado candidato, o peso político de Koff desestimularia a situação a concorrer. Envolvido com questões ligadas ao Clube dos 13, o ex-presidente ainda não se manifesta.

Não lhe faltariam motivos para concorrer. O mais forte deles é o fato de Odone ter sido o primeiro dirigente a apoiar a entrada da Rede Globo na briga com o Clube dos 13 pela venda dos direitos de transmissão do Brasileirão. A oposição também conta com a fragilização da base política que ajudou a eleger Odone em 2010 para chegar ao segundo turno. Ao afastar Antônio Vicente Martins do comando do futebol, no final de julho, Odone distanciou-se do Grêmio Independente, grupo decisivo para sua eleição sem precisar de segundo turno. A redução da cláusula de barreira de 30% para 20% também alimenta o sonho oposicionista.

Por enquanto, Odone não conta com um nome para apoiar. Um dos cogitados é Ricardo Vontobel, do Conselho de Administração. Indagado sobre um novo mandato, Odone dá espaço para especulações:

— Não estou pensando em nada, apenas em cumprir meu dever. Quero encerrar minha missão com a Arena inaugurada e, se possível, com uma faixa no peito.