A diferença de um time bom, para um time campeão

A derrota para a Chapecoense em casa, o empate amargo hoje contra o Vasco e até aquela eliminação, já considerada no passado, contra o Fluminense, mostram, no final desta temporada, após tantos grandes jogos, que o Grêmio não é ainda um time preparado para decidir. Não conseguimos embalar, transformar favoritismo em vitória e muito menos crescer em momentos decisivos. Não falo isso levando em conta ocasiões singulares como o jogo de hoje. Falo sobre uma campanha, onde o time precisa se manter em alta para chegar a seus objetivos, onde precisa ter regularidade para se manter entre os melhores, mas precisa, principalmente, crescer em jogos decisivos para confirmar o quanto está pronto para coisas maiores.

Isto ocorreu na época dos 5x0 no Grenal e na vitória contra o Galo fora de casa, naqueles 10 jogos sem perder. Mas agora, no final da temporada, não está acontecendo e está sendo determinante para o Grêmio tornar algo relativamente fácil, uma grande guerra. O Grêmio perdeu cinco pontos contra o Coritiba, perdeu quatro contra a Ponte Preta, perdeu seis contra a Chapecoense, perdeu dois hoje contra o Vasco. Olhando apenas nestes confrontos, perdemos 17 pontos no campeonato. 17 pontos que um time pronto para vencer e decidir, não perderia. 17 pontos que o Corinthians, praticamente campeão, não perdeu nem 5. E é isso que diferencia um time bom, de um time campeão. O time bom faz bons jogos, engrossa contra Galo e Corinthians, joga bem contra adversários difíceis. O time campeão faz os mesmos bons jogos contra adversários complicados, mas usa de sua superioridade para atropelar os mais fracos. Usa de sua força e poder de decisão para matar partidas, para garantir pontos fáceis, para tornar seu favoritismo realmente algo válido. Com estes 17 pontos disputados, um time pronto para ser campeão, estaria inclusive na frente do Corinthians.

Não estamos prontos, apesar do grande trabalho de Roger e cia, não estamos prontos. Falta cabeça, faltam peças, falta poder de decisão. A esperança que fica é de o trabalho seguir ocorrendo em 2017, com mais maturidade, com mais entrosamento, com mais força e com mais jogadores prontos para decidir. Hoje, trabalhamos para ser destaque entre os coadjuvantes, o time bom, mas que não tem força para ser um time campeão.

Por: Ricardo Araujo