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O "Senhor Olhão" é uma coluna feita por Guilherme Momensoh (@guimisantos) no site do jornalista Rica Perrone. Guilherme é um grande conhecedor do mercado do futebol, 10 anos de experiências e um grande currículo dentro do esporte. Gentilmente aceitou ser entrevistado pelo Soccer News sobre o momento atual do Grêmio e o futebol.

- Agradecemos muito pela tua entrevista. Primeiro, para todos que não te conhecem, quem é o "Sr Olhão"?

(Guilherme) - Sou um profissional da área esportiva, já trabalhei dentro de clubes na área de marketing, em agencias de marketing esportivo e também para a Copa do Mundo no Brasil. Sempre gostei muito de futebol e sem falsa modéstia tenho um olho bom para identificar talentos, e por ter esse ''dom" trabalhei por 4 anos como observador na América Latina para o Espanyol e o Villarreal. Tenho muito orgulho de ter sido um dos responsáveis pela indicação do Gabriel Paulista, zagueiro do Vitoria ao Villarreal. Assisto muitos jogos semanalmente de sub 17, a serie A, B e C, e procuro manter um banco de dados atualizado com os jogadores que acredito serem destaque. 

- Você que é um grande conhecedor do mercado do futebol, o que você acha da ideia desta direção atual do Grêmio em conter gastos e buscar a saúde financeira do clube principalmente?

(Guilherme) - O trabalho feito no Grêmio atualmente é fundamental, ele será a base para os anos de conquistas que virão a seguir. Gastos impensados geralmente culminam em rebaixamento. Hoje vejo o Grêmio se estruturando para ter força no futuro, e o mais importante é que percebo que o espirito guerreiro do Grêmio vem sendo recuperado.

- Todos os clubes Brasileiros caminham para esta necessidade de algum dia precisarem cortar gastos e controlar o dinheiro?

(Guilherme) - Sim, é uma tendencia mundial se organizar. O Borussia na Alemanha fez umas loucuras financeiras para reformar seu estadio em 2006, teve que vende-lo para pagar as dividas, quase caiu, mas se estruturou financeiramente, hoje é novamente dono do seu estadio e voltou a ser protagonista na Europa. O mesmo veremos no Brasil.


- Na tua opinião, quais as alternativas que um clube pode ter para ao mesmo tempo cortar os gastos excessivos mas mesmo assim formar uma equipe competitiva?

(Guilherme) - Ter uma área de prospecção de atletas muito boa. Hoje no Brasil temos muito talento, ainda é possível pesquisar comprar de times menores e vender bem. Ramiro, Alex Telles, Wendell e Bressan, não são exceção, são regra. Olhar a serie B e C é fundamental para compor uma equipe competitiva e barata. Além é claro de apostar na base.

- A tua experiência no mercado Europeu mostrou pra ti que o Brasil está realmente muito atrasado em relação aos modelos de gestões dos clubes, a procura por novos atletas e ao controle dos clubes como um todo?

(Guilherme) - Acredito que no Brasil a prospecção de atletas está invertida. Os clubes contam com 10, 15 scouters para a base e 0 para o profissional. Quantos atletas na base sobem por ano, 1, 2? Quantos são contratados, 4, 6 talvez 8. Então onde deveríamos ter mais olheiros, é isso que acontece na Europa, os clubes tem 10 a 15 na base pois estão espalhados pelo país, e 4 a 5 no profissional olhando o mundo todo.


- O Grêmio decidiu cortar gastos mesmo com um grande jejum de títulos e com uma torcida que está com o grito de campeão entalado e pressionando muito por isto. Você acha que com essas mudanças, de conter os gastos e equilibrar o clube, o Grêmio pode no futuro conseguir ter mais capital para formar equipes de melhor qualidade?

(Guilherme) - Sem duvida, a pressão por títulos sempre vai existir no Brasil, temos 12 grandes onde tem sempre muita pressão. O principal é organizar agora para colher os frutos la na frente. O Grêmio hoje tem um time jovem que vai amadurecer, e tem também 2 ou 3 peças que podem dar um folego financeiro, agora para substitui-las é preciso estar atento ao mercado. Como disse outro dia, os clubes precisam sair da mesmice, dos Alecssandros, Leandro Banana e Kieza. Por que não apostar no Bruno Henrique do Goias, no Ruy meia do Coritiba, jogadores nem são jovens mas com a sede de ganhar, talvez como fez o SPFC um dia, com Grafite, Mineiro e Josué. 

Por: Ricardo Araujo @ricaraujo16

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