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  Começamos agora um novo quadro no site, feito pelo colunista Ricardo Araujo: Dia de Jogo. Textos com bastidores da partida, de dentro do coração da torcida, do dia de um torcedor.


  Acordei. Hoje tem GreNal. Meu deus, hoje tem GreNal. 50 mil pessoas, final de campeonato, não podemos perder. Hoje tem GreNal.

Me surpreendi, pois diferente de todos os dias desta semana, onde passei nervos e mais nervos em todos os momentos que pensava na partida, nesta manhã de jogo, eu até parecia tranquilo

  13 horas. Vamos para a Arena. Carros na Farrapos eram unanimes em ter torcedores com a camiseta do Grêmio dentro, em raras exceções, alguém vestido de vermelho. Trânsito mesmo com 3 horas de sobra antes do jogo. Chegamos no Humaita. Grêmistas, Grêmistas e muitos Grêmistas. Familias reunidas, casais andando pelo rua, amigos fazendo churrasco, todos de azul, Grêmistas. "Hoje vai ser dois do Luan e o Cebolla entra para matar eles", dizia um Grêmista, envolvido em uma discussão amigável com outro Grêmista, que apostava praticamente sua vida em "Aquele cone la, o atacante, o tal do Braian, pode anotar que hoje ele desencanta e marca"

  Entrada no estádio. 14 horas e o público ja era enorme. Setor Geral, centralizado e no ultimo degrau de cima. Estavam todos la, alguns Grêmistas loucos que chegavam gritando musicas, a zona mista bonitinha do outro lado, as pessoas rindo, se ajeitando nas cadeiras, encontrando amigos no meio das mini multidões que iam se formando. Entre todas as emoções presentes, era unanime o nervosismo. O discurso de "Hoje tem GreNal, 50 mil pessoas e não podemos perder", voltava na minha cabeça pois habitava certamente a de muitos naquele local também. A torcida do Internacional, no setor de cima ensaiava musicas, a do Grêmio no momento respondia com vaias. 15h50, a Geral entra. Bandeiras, sons de instrumentos que faziam o chão tremer, pessoas pulando, gritando, subindo em para avalanches. Êxtase. Começa o jogo, Grêmio pressionando e o estádio pulsando. Cada ataque, inclusive do lado do Inter, era motivo para a torcida em todo o canto se animar e cantar mais alto. O Grêmio tenta, insiste, ataca mas não consegue.Cruzamento para area, bola passa pelo zagueiro do Inter e Grêmista bate para fora - teve gente que quase infartou, teve gente que estava prestes a dar um ponto da para avalanche, quase.

  Segundo tempo. Mudei de local, a direita da torcida (imagem), uma zona diferente. Grêmistas la, do tipo mais "corneteiro". Grêmio tenta novamente, ataca. Luan erra uma, duas, três e aquele canto do estádio começa a odiá-lo. Geromel expulso e como se fosse um gol do Grêmio, os corneteiros do setor começaram a apoiar. Grêmio passa a se defender, como se tivessem prazer em apenas dar chutões para o ataque. "0x0 não é ruim, tem o jogo da volta e pelo menos não tomamos gol", no minimo umas 15 pessoas falavam isto perto de mim. Sustos na defesa, subida ao ataque, gritos eufóricos das duas torcidas e o apito do arbitro. Final de jogo, aplausos, cânticos de apoio e apenas um sentimento em todos - O Grêmio está vivo.

Por: Ricardo Araujo @ricaraujo


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