Então é com muito prazer que recebi o convite e que agora também contribuo pra mais este importante espaço que reúne apaixonados pelo tricolor de Porto Alegre. Este ano é muito especial pros tricolores, a história se vive, assim foi quando o Olímpico surgiu, assim vai ser agora quando o Olímpico prepara seus atos finais antes de dar lugar à Arena.
Não quero debater a necessidade de se ter um estádio novo, nem sou de lamentar pelo Olímpico, os ciclos fazem parte do futebol, assim como a história e a modernização do esporte. Mas o tricolor sempre foi um time mítico, acostumado com fatos improváveis, da superação. Muitas vezes estes feitos nos fazem abusar da sorte e da história, mas que temos este elemento não podemos negar.
Acredito que boa parte da crise tricolor desta década, assim com em outros períodos de nossa história, foi quando não conseguimos aliar a força e determinação, que pesa muito na camisa tricolor, com a qualidade e técnica necessária de um time vencedor.
Hoje o futebol é diferente, nem melhor, nem pior, mas o trabalho coletivo, a capacidade de destruir é tão importante quando a genialidade, a criatividade. Desta forma a base de qualquer time é constituir uma estrutura defensiva sólida – o que não quer dizer ser retranqueiro, o próprio Barcelona, que tem o setor defensivo como ponto fraco, é um dos times que menos toma gol em qualquer competição (sofreu 19 gols em 27 partidas do espanhol).
Construída uma defesa sólida, com posicionamento, dinâmica de marcação e cobertura, deve pensar em fazer gols, atacar. Mas jogadores de qualidade resolvem, se entrosam mais fácil e o jogo flui melhor, pois o lateral sabe que pode subir que vai ter cobertura, o meia avança e sabe quem vai cobrir qual zona.
O período do tricolor neste ano é este. Não adianta sonhar com 2 meias e 3 atacantes. Luxemburgo, com erros e acertos, sabe que primeiro ele tem que se organizar pra não continuar tomando tantos gols. Logo o máximo que podemos ver nele é um 442 com dois armadores variando com um 4231, mas podemos esperar os laterais avançando, volantes se soltando, homens surpresa aparecendo, desde que se tenha uma dinâmica de jogo.
Este é o nó deste ano, um elenco bom, que precisa de reposições e reforços pontuais, é o time que recebeu a tarefa histórica de dar uma boa despedida do Olímpico e preparar a chegada na Arena. Desta forma nosso desafio é maior. Não bastam 11 gladiadores em campo, lutando pela vida em cada jogada, em cada dividida, a nação tricolor tem que incendiar, tem que empurrar, tem que erguer nossos guerreiros em cada dificuldade, cantar junto em cada gol.
Existiam arenas que idolatravam seus gladiadores, onde os adversários ao ouvir o grito do povo por seus heróis já tremiam. Gladiadores eram homens que lutavam por sua vida, ganhar sua liberdade posteriormente dependia do fato de estar vivo! Cidades que lotavam e iam cantar a vitória ou chorar a morte de seus heróis de sangue e areia.
Neste ano de 2012 a torcida ganha sim! Nossa paixão é pelo time, o processo eleitoral do clube é em outro momento. Temos que apoiar cantar e arrastar o tricolor pra suas vitórias. Este Grêmio vencer é o que queremos, independente de quem dirige o clube. Quando chegar o momento apropriado, fora do campo, podemos debater e votar em que entender ser o melhor pro Grêmio, mas dentro de campo, durante os 90 minutos não devemos vaiar, temos que cantar e apoiar. Com certeza, com o grupo, treinador experiente e torcida empurrando teremos novamente um Grêmio vencedor. Em 2012 iremos pintar novamente o Brasil e o RS de azul, preto e branco!
@getuliovargasjr
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